A cartografia do século XVII continua a tradição
informativa que esta ciência havia adquirido no decorrer das descobertas
ultramarinas europeias. O exotismo das novas terras, era transmitido ao Velho
Mundo via pigmento e assumia caráter de formador de opiniões quanto as imensas
possibilidades de riquezas que se avizinhavam.
Daí a beleza de registros vegetais na cartografia
holandesa no Nordeste do Brasil. Seus painéis, aquarelados nas cores da terra, contam
detalhes que vão além de servir de referência ambiental, ilustram histórias e
identificam riquezas. Muitas destas riquezas vegetais começaram de mediato a
fazer parte do cotidiano colonial.
Observamos um destes cenários informativos na composição de
primeiro plano do mapa da Paraíba, no qual um cajueiro descortina toda uma produção de frutos em diversos
estágios de maturação.
O caju e sua fruta, a castanha, apontam para a beleza
das terras e águas paraibanas e para o poder da presença humana através do
conjunto de fortificações.
Além das fruteiras e do universo das culturas agrícolas,
no conjunto de interesses destes verdadeiros periódicos vegetais, estão as
reservas naturais como o Manguezal, retirado de uma das Vistas da Paraíba
(imagem 2). Já a Mata Atlântica faz o encortinamento da vista de Porto Calvo
(imagem 3), na qual observa-se um coqueiro carregado e um vigoroso pé de melão se
arrastando no primeiro plano.
Estes conjuntos vegetais, ilustram perfeitamente o conteúdo
informativo que caracteriza a cartografia do século XVII. Os utilizamos para
recebê-los, ofertando-lhes ao mesmo tempo, a beleza da cultura artística e a
amplitude do universo dos conhecimentos que envolvem estas vistas e mapas
produzidos em um Brasil que era Holandês.
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