Em direção ao sul as barreiras eram mais duras para os
invasores holandeses. As tropas portuguesas se arregimentaram em Salvador onde
a aproximação dos invasores poderia representar perigo para capital da colônia
portuguesa. A reação implicaria, em primeira instância em impedir o avanço
holandês.
O último entreposto de importância econômica e
estratégica nas terras de Pernambuco era a povoação de Porto Calvo. Em março de
1635 os holandeses tomam o controle da região que se transformo então em alvo
de constantes de ataques portugueses até setembro de 1645, quando ocorrem
sequências de batalhas que prenunciam o cenário da expulsão holandesa de
Pernambuco.
Em 1644, Gaspar Barleus foi encarregado por Maurício de
Nassau de, a partir do rico material coletado pelos seus cientistas e artistas
no Brasil, relatar os sete anos de seu governo no Novo Mundo; em um livro.
Sendo assim, Barleus, sem nunca vindo a América, Barleus foi o autor do Rerum per octennium in Brasilia, uma
as obras mais importantes sobre as ações do governo Nassau, a natureza e as
culturas humanas no Nordeste do Brasil durante a primeira metade do século
XVII.
Porto Calvo, que selava a fronteira sul do domínio
holandês, transformou-se através de seu relato, em cenário de um dos mais belos
documentos descritivos do século XVII. A Cartografia Holandesa encarregou-se de
nos legar uma planificação, na qual as informações vão muito mais além da pura
geografia. Os detalhes mostram, além do relevo, hidrografia e vegetação
presentes na área, a indicação de pontos ocupados, fortificações e lugares
abertos... trata-se, em suma, de uma descrição da própria batalha vencida pelos
holandeses.
Já o Barleus nos descreve as ocorrências dessa batalha o
que, junto com a cartografia (mapa 05) nos coloca a par das estratégias e
tecnologias utilizadas por ambos os lados. Também relata a ampliação, por parte
dos técnicos holandeses, das defesas portuguesas da região, inclusive os
melhoramentos feitos na fortificação de Porto Calvo.
A pressão portuguesa sob a região irrompe em setembro de
1645, quando as forças luso-brasileiras atacam as posições holandesas na região
e iniciam o processo de sucessivas derrotas dos flamengos até sua expulsão em
1654. Após 42 dias de cerco, o baluarte de Porto Calvo foi atacado e arrasado,
as peças de artilharia foram levadas para o arraial Novo do Bom Jesus. Suas
ruínas ficaram encobertas pelo tempo até os dias de hoje.
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