O período Nassoviano gerou obras primas do que poderíamos
chamar de artes documentais. A literatura narrativa e a cartografia eram as
bases que excitavam as mentes europeias do século XVII, ávidas de conhecimentos
vindos dos pontos mais distantes do mundo.
As novas terras eram retratadas nos mapas com imenso
conteúdo descritivo. Algumas características destes desenhos são: amplas vistas
de um território ainda pouco ocupado pelo homem europeu, no qual são retratados
construções de diversos tipos, paisagens, vegetação e animais, acidentes
geográficos, acontecimentos importantes e até peculiaridades da cultura humana
local, todos eles retratados em simbiose com uma grande precisão cartográfica.
Para os nobres do século XVII, desenvolver algum trabalho
importante no Novo Mundo ou possuir raridades artísticas ou técnicas, era
sinônimo de poder. O Príncipe Maurício de Nassau (imagem 05) e Rainha Cristina
da Suécia (imagem 06) foram desses nobres que, não só exerceram constantemente
o mecenato para cientistas e artistas, como também colecionaram obras de arte.
Dessa maneira, seus caminhos acabaram se cruzando quando
parte da cartografia holandesa produzida por mecenato de Nassau, foi adquirida
pela Rainha Cistina. Essas obras de arte informativas, doadas a igreja, quando
da conversão da soberana da Suécia ao Catolicismo, ficaram guardadas na
Biblioteca Vaticana até os nossos dias. São estas as peças que hoje constituem o
nosso “Legatio”.
Em torno dos retratos dos dois soberanos, apresentamos
alguns dos elementos que marcam a habilidade representativa dos cartógrafos
holandeses como a rosa dos ventos (imagem 07) e o cajueiro do mapa da Paraíba
(imagem 08), desenhos urbanos como a Cidade Maurícia (figura 09) e a planta de
São Luiz (imagem 10), além de construções que resistiram ao tempo como os
fortes Orange (imagem 11) e dos Reis Magos (imagem 12).
Além de imensos lençóis arqueológicos, o legado holandês
ao Brasil se destaca na riquíssima coleção de desenhos e mapas, repletos não só
de informações como também os conhecimentos e sentimentos que a presença da
Companhia das Índias Ocidentais aportou ao nosso povo.
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